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 Última crónica do MC07 BALANÇO

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                                         BALANÇO

Chegados a esta altura vou tentar resumir todos estes sentimentos e reduzi-los a euros, juntando-lhe algumas questões de ordem técnica sobre pneus, para tentar dar uma ideia sobre a sua importância.

Factores de atracção

1 – O “nome” da prova e tudo que essa condição arrasta: concorrentes (ainda que este ano tenha notado que havia um bocado menos de “glamour” neste aspecto, tanto no que diz respeito a “personalidades”, como a viaturas), comunicação social (não falo da portuguesa, já que para além de não haver concorrentes, também sabemos como o tema regularidade histórica é por cá tratado); e, principalmente do ponto de vista do participante, público. Penso que quem fez o Portugal Histórico ou já foram ao Costa Brava poderá imaginar aquilo que quero dizer. Agora, imaginem a descida Pena multiplicada por umas duas dezenas de sítios...

2 – As pessoas boas que se encontram, desde concorrentes, assistências, sem esquecer a simpatia de muitos dos comissários.

3 – O interesse lúdico/desportivo das estradas, desde a maioria das ZR’s, até grande parte das ligações.

4 – A beleza das paisagens, com passagens fantásticas desde as gargantas do Tarn até aos Alpes Marítimos, passando pelo Vercors, os Altos Alpes e um largo etc. A isto somam-se, para quem se interessa por história, lugares que permitem estudar e reflectir. Sobre a Idade Média, com o País dos Cátaros, sobre as atrocidades da 2ª Guerra Mundial também no Vercors, e mais um etc.     

5 – E, para o fim, o mais importante que são os vários desafios que se colocam, considerando a distância, os horários, o ritmo, as condições climatéricas e a forma como a prova está concebida (marcar mapas, programar, optimizar meios). Desafios, desde logo aos concorrentes que, numa maioria em que me incluo, já não são propriamente uns rapazinhos. Depois para os carros que também já não estão na flor da idade. Gostaria de deixar aqui uma palavra para o nosso “carrito” e para quem trata dele, já que ele se portou que nem um campeão. Para além daquele pequeno susto inicial, em que se lembrou de perder água pelo tubo do radiador do aquecimento, apenas precisou de levar gasolina e óleo (e aqui a causa também a conheço, mas são muitos quilómetros e muitos €). Até com a “cacetada” no Col de la Madonne ele aguentou. Convém não esquecer que, para além dos seus quase 35 anos, tem uma mecânica puxada e já leva sete épocas de vida dura, com uma condução que, admito, não ajuda muito a uma velhice tranquila.

Factores de afastamento

1 – O preço ou, melhor, a relação preço/oferta. É evidente que podemos dizer que esta é uma questão que não se pode colocar à organização, na medida em que, se quisermos olhar o rali como um produto e existindo concorrentes que ultrapassam o número de vagas e têm que ser rejeitados, estamos perante a lei da oferta e da procura e enquanto esta for maior devemos concluir que o produto está correctamente posicionado. Contudo, 3.400€, para organizar uma prova destas que ainda conta um patrocinador e que, para além da parte desportiva e de alguns presentes, apenas oferece um jantar buffet, um jantar de gala com espectáculo e duas noites (mesmo assim em hotéis de luxo) parece um bocado exagerado. Julgo que as autoridades locais francesas também cobram alguma coisa pela utilização das estradas, mas também me parece que o ACM deve “sacar” uns euros às cidades por onde passam.

2 – A forma como os concorrentes são tratados a um nível que chamaria de institucional. Além da pouca simpatia da maioria das pessoas importantes “lá do sítio”, fica sempre aquela sensação que há pouca preocupação com o que possa acontecer aos concorrentes e que estes ficam entregues a si mesmos, mesmo que alguma coisa corra mal.

3 – A parte desportiva propriamente dita e aqui, porque é mesmo o mais importante de um rali, há bastante a dizer. Em primeiro lugar, admito que por motivos de ordem burocrática o ACM seja obrigado a divulgar com antecedência o percurso e, também, as próprias ZR’s. Se assim for, nada a fazer e, ao ser conhecido o percurso, fica aberto o caminho a duas coisas que só servem para aumentar os custos e poder influenciar a verdade desportiva: os reconhecimentos e os treinos, e os batedores. A somar a isto temos os poucos controlos e a sua demasiada “visibilidade”. Esta é aquela “variável” que, na minha opinião, tinha mesmo de mudar, até porque apenas depende do ACM. E aí volta o que cobram e que só este ano foram mais de 1 Milhão de euros. Com este tipo de verbas podem ser encontradas soluções que tornariam a prova verdadeiramente complicada e com muito menos intervenção de ajudas externas.

Quanto a estas e até porque sempre haverá provas “conhecidas”, mesmo que o percurso fosse secreto, “limitar-se-iam” a assinalar as dificuldades do percurso (neve e gelo) e não a gerir o andamento dos concorrentes em função dos controlos visíveis.            

Saldo

Positivo, diria mesmo, muito positivo.

Julgo que uma participação é qualquer coisa que quem gosta dos ralis dos anos sessenta e setenta e das regularidades desportivas (estas condições não precisam de ser cumulativas) tem que tentar não perder.

Contudo, ao fim da primeira, é frustrante para quem gosta de lutar por resultados que, quando em condições de igualdade de circunstâncias, estão ou julga estarem ao seu alcance. E das duas uma, ou arranja meios para estar em pé de igualdade, o que é muito caro e isto de patrocínios não está fácil, ou deixa de ir, até que sejam resolvidos, pelo menos parcialmente, os problemas que provocam essas desigualdades (conhecimento antecipado do percurso e número e posição dos controlos). Claro que continuará a ser caro, mas aí já haveria uma motivação extra e talvez uma maior possibilidade de arranjar patrocínios.

Claro que existem outras alternativas, como ir apenas pela aventura ou em lua-de-mel como o Manolo Correa e a Cristina no seu R8TS (esta é uma dica para o Francisco Fonseca). Aí é bom ter um carro que possa ir e vir do rali pelos seus próprios meios e que leve o mínimo de carga para evitar as assistências. Ou contar com uns amigos que queiram ir ver o rali e partilhar despesas para fazer as assistências. Mesmo assim, julgo ser difícil a participação ficar por menos de 5.000€.

Custos 2007

A nossa participação, excluindo a revisão pós prova, onde não haverá muito para fazer, e a reparação do toque, que é uma coisa que pode acontecer noutra qualquer prova, ficou em cerca de 8.000€.

Inscrição e licenças ACM                     

3.400€

Pneus                                          

360€

Revisão antes da prova

630€

Mapas, fotocópias, meteorologia          

205€

Transporte carro (Porriño/Barcelona, Toulon/Porriño)                                      

600€ 

Participação desp. assistência (aluguer, gasóleo, comidas, dormidas)

500€

Avião Lisboa Barcelona e táxi              

80€

Dormidas Barcelona                             

240€

Comidas Barcelona                              

140€

“Farnel” para os almoços                       

150€

Gasolina                                                 

550€

Hotel e jantar St. Étienne                      

135€

Hotel e jantar Valence                           

155€

Hotel e jantar Briançon                          

190€

Mónaco – Toulon (entrega do carro, portagens e gasolina)

50€

Mónaco casa (avião e táxis)                  

580€

Não estão também contempladas as despesas de levar e ir buscar o carro a Porriño (Lisboa – Braga – Porriño – Lisboa por duas vezes).

Custos de uma futura participação

Fazer um Monte Carlo Histórico como pensamos ser necessário para obter uma boa classificação ficará, para uma equipa sozinha, entre 14.000€ e 19.000€. Se for uma “vaquinha” de duas equipas, estimo que o custo fique entre os 11.000e e os 14.000€. Já se fosse um camião de carros (8 equipas) penso que o custo unitário ficaria entre os 10.000€ e os 12.000€, sem contar com preparação e reparação dos carros, mas contemplando a compra dos pneus. As diferenças de valores apresentados têm a ver com opções de apoio ao nível das assistências e treinos.     

Uma nota final sobre os pneus

Apesar de os pregos autorizados parecerem quase ridículos, pelos menos quando comparados com os utilizados no WRC (374 pregos com 22mm por pneu no WRC, contra 150 pregos com 1,8mm, não é gralha, por pneu nos “nossos”), eles fazem uma diferença enorme para os pneus normais ou mesmo para os de contacto. Principalmente no gelo, que foi o que nos tocou em excesso este ano.

Travagem no gelo (50Km/h até 0Km/h com ABS)

48,5mts., pneus com pregos, contra 65mts., pneus de contacto

Idem para neve

61,5mts. para 62,5mts.

Aceleração no gelo (5Km/h a 30Km/h)

4,1s, contra 6,5s

Aceleração na neve (5Km/h a 30Km/h)

3,6s, para 3,7s

Círculo de 60mts. no gelo

20,2s, contra 21,4s

Tipo teste do alce no gelo (é para o que chega o meu sueco)

73,7s, contra 79,8s

Tipo teste do alce na neve (é para o que chega o meu sueco)

74mts., contra 75,9mts.

Travagem no seco (60Km/h até 0Km/h com ABS)

31,9mts., contra 30,7mts.

Estes números que julgo serem elucidativos, são para os melhores pneus de cada categoria em cada teste, não a performance de um pneu específico.

E aqui termina esta crónica, até um próximo Monte Carlo.

 


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