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 Crónica do MC07 Capitulo IV

JQ 4º Capitulo

ETAPA COMUM – 2ª Parte (Briançon - Mónaco)

Por esquecimento não coloquei as médias das ZR’s do dia anterior, pelo que aqui vão: ZR 6, 49,5Km/h; ZR7, 49,3Km/h; ZR8, 48,9Km/h; ZR9, 49,1Km/h e ZR10, 39,9Km/h, tudo isto, é claro, para a média alta.

Saída às 7h00 para o nº 1, logo levantar cedinho para apanhar a “navette” e preparar o carro, felicitando-nos por continuarmos a por o jornal nos vidros, o que evitou o que se passou com a maioria da caravana, a terem que raspar o gelo que se depositara. Em conversa com o Pascal Aimé, a propósito de um “diz que diz e depois não diz” quanto à possibilidade de se poderem utilizar os pneus de pregos no circuito do Mónaco, somos informados que neve e gelo não tinham acabado no dia anterior. Iríamos apanhar bastante numa das ZR até ao Mónaco e em duas da noite. Coçar a careca, trocar uma ideias com a navegadora e decidimos, mais uma vez, não mexer nas rodas já que, em último caso, valia mais guardar os últimos pregos que estavam à frente para a etapa da noite. Decisão tomada, prontos para partir para esta etapa com 350Kms., um controlo horário, de reagrupamento às portas do Mónaco em Èze Village, o controlo de chegada e um de passagem, para três ZR’s. Esta é uma característica habitual desta etapa, com muitos quilómetros de ligação e poucos de regularidade. Contudo, dadas as condições climatéricas, a competição manteve-se viva.

A primeira ZR, St. Clément sur Durance – St. Sauveur d’Embrun, era relativamente próxima de Briançon, começando num parque de campismo que não podia ter um nome mais apropriado, “Les mille vents”, já que é difícil ter um lugar mais ventoso. Troço com 21,49Kms., à média de 47,6Km/h, apesar de não ter grandes dificuldades, mas com algumas ratoeiras, principalmente num cruzamento no meio de uma povoação em que, inesperadamente, aparecia muito gelo, numa descida entre casas, e de que resultaram, de acordo com a “rádio da caserna”, seis saídas, uma delas a obrigar à desistência de uma figura dos ralis espanhóis de antigamente, José Villalba, aqui acompanhado pela filha de outro piloto muito conhecido nos anos 70 e com uma excelente carreira nos ralis de regularidade nos 90, Sunsundegui. O senhor Villalba, com os seus setenta e tal anos tinha tido um encontro do primeiro grau com o João Marques, creio que no terceiro ano das nossas participações, distraindo-se numa chegada a um controlo e entrando-lhe pela traseira adentro. As tomadas de tempo estavam aos 7,795Kms. e aos 16,51Kms., em sítios relativamente pacíficos, o primeiro correspondendo a uma figura, e onde tudo nos correu bem, mas onde nos quedámos pelo 30º lugar, a penalizarmos as duas vezes 11 pontos, ambas por avanço. Nesse troço, depois da tal povoação “saiu-nos” um gancho em cruzamento a levantar duas rodas dada a diferença de inclinação das estradas. Engraçado, mas não é preciso repetir muitas vezes...

Do final até à próxima ZR distavam mais de 100Kms. com o controlo de passagem pelo meio. Chegados a Digne-les-Bains, uma cidade relativamente importante, seguimos para o Estabelecimento Termal, por uns caminhos bem arranjadinhos. Esta ZR que já tínhamos feito uma vez, de memória penso que na segunda participação, Ets. Thermals – Norante, com 20,00Kms., é um espectáculo para a condução, com ganchos largos, ganchos apertados, travagens em apoio, sequências rápidas, sequências médias e outras lentas, tudo isto em subida e em descida. Penso que seria por essa razão que tinha tanto público a ver. Tal como o Pascal tinha dito, próximo do Col du Corobin a coisa estava feia mas, como não era por muito tempo, passou-se bem, mesmo na descida onde me enchi de coragem e a “coisa” até funcionou. Claro que séries de ganchos entrecortados por umas curvas boas para as travagens em apoio resultaram na destruição dos poucos pregos que restavam. Mas soube bem e, e além disso, correu bem nos controlos, com um segundo lugar, ditado por 7 e 1 pontos respectivamente, ambos por atraso, para uma média de 48,2Km/h.       

Mais 40Kms. de ligação e chegámos à ultima ZR da etapa e mais longa, com 37,29Kms., numa prova interessante mas que também não é daquelas que “marcam”, com uma média de 48,5Km/h. Só tinha uma tomada de tempo, próximo do fim, aos 36,41Kms. e, não sei bem porquê, passámos com 85 pontos de atraso, ou seja mais de 100mts. A única explicação que encontro é que havia algum desfasamento entre a medida final dos nossos amigos (80 e 120mts.) e a da organização e, como perto do final já estávamos a compensar a totalidade dessa diferença, pode ter sido aí. Posição 121 na ZR e entrávamos para a última etapa no 34º lugar. Curiosamente, tínhamos quase conseguido o objectivo traçado de manhã e que era chegar ao 33º, para o que era necessário passar quem tinha menos 100 pontos à partida.

À saída da ZR, com 80Kms. para percorrer até ao controlo, fomos entroncar com a parte final do Roquestron, aquele troço dos túneis pequenos, mas seguidos, com a estrada à beira de um precipício que chega aos 400mts. quase a pique. Passagem por uma vilazinha muito engraçada, Gilette, com uma vista magnífica para o vale e cheia de bares na rua, com o pessoal a beber uns copos. Boa vista que se recomenda a quem for para aqueles lados, a norte de Nice na Route National 202, agora chamada D6202.

À saída de Gilette esperar pelo José Toro e pela assistência para, finalmente, mudarmos os pneus. Dada o panorama de desgraça, a única coisa a fazer foi mudar os pneus do meu lado, já que no lado da Marta o da frente já estava desdentado e o de trás ainda teria para aí uma meia dúzia de pregos. O contrário do que se passava do meu. Curioso, mas não vou teorizar sobre a matéria, até porque não faço a menor ideia porque é que isso aconteceu.

Daí até Éze Village, uma cidadezinha agradável junto ao mar, para o controlo e depois para o Mónaco foi apenas um passeio.

Dado o estado dos pregos e lembrando-me do que o Pascal tinha referido quanto aos troços da noite, ainda pensei em ver se ele tinha para venda alguns Gislvaed, considerando que ele vive numa pequena cidade próxima. Mas depois, pensando na classificação, naquilo que já tínhamos passado e para o que servem os pneus de pregos no resto do ano e os respectivo preço, decidi que o melhor era ficar quieto.

A nossa assistência começou por ir deixar as malas ao Hotel, pelo que já fizemos, transportado por “navette”, uma chegada “à maneira” ao Hotel de Paris. Este é um bocadinho melhor que o de Briançon com o mesmo nome. É aquele Hotel que fica na praça do Casino, ao lado do mesmo e em frente ao Café com o mesmo nome, onde é servido um dos melhores bifes do Mundo, ainda que com um bocado de “nervo” a mais para a carteira. Hotel magnífico, ainda que este ano nos tenham reservado um quarto, com boa vista para o porto, muito mais pequeno do que das outras duas vezes em que lá estivemos. Mesmo assim era suficiente, os outros é que tinham sido um exagero.

Enquanto a Marta ficou a dormir durante um bocado eu preferi tomar um daqueles banhos que não acabam, ajudados pelo jacuzzi da banheira, descansando em “doca seca” apenas por pouco tempo. Saída às 19h00 para o tradicional “buffet” em pé, com música ao vivo. Os músicos são bons, mas na tenda é um bocado de barulho a mais para o meu gosto. Boa sopa, bom queijo, bons “patés”, boas miniaturas. Não ficámos mal. O mesmo já não se pode dizer do nosso amigo Alberto que, talvez por cansaço, teve uma quebra de tensão e partiu para a última etapa um bocado em baixo.

 

ETAPA FINAL (Mónaco – Mónaco)

Com partidas de 30 em 30 segundos lá fomos para a “Noite do Turini”, com 200Kms., que começavam logo por três voltas à parte inferior do circuito de Fórmula 1 e que já fora utilizada na semana anterior na prova do WRC. Como não estávamos bem classificados para o Troféu que era composto pelos dois circuitos, ainda que depois víssemos que ainda tínhamos umas hipóteses, e como eles não contavam para a classificação geral, lá fomos mais preocupados em dar espectáculo do que fazer tempos. Lá se foram os últimos pregos, ou quase, e fazemos 50º tempo (mais rápido), já que também íamos quase que parando todas as voltas para evitar as ultrapassagens, na medida em que tínhamos visto, enquanto esperávamos, que a disciplina em pista não era grande coisa. No meio disto tudo lá ficámos em 75ºs do Troféu de circuitos.

Fim do circuito, saída para a primeira ZR da noite, que nós como conhecemos como Col de la Madonne, e aqui era conhecido por St. Pancrace – Peille, com 18,59Kms. de pura adrenalina, com uma média de 47,7Km/h. Este é um dos troços de que mais gosto, apesar do piso bastante estragado. Muito estreito, escorregadio, curvas para todos os gostos, uma festa. Que é antecipado pela estrada de chegada e seguida pelas outras de ligação durante a noite. Como se recordarão do princípio desta crónica este foi o troço em que começámos a recuperação em 2002. E aí estávamos nós preparados para tentar fazer o mesmo este ano, apesar de não haver nevoeiro. Começámos bem para o primeiro controlo, ao Km.11,11, num largo onde começa a piorar o piso.


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