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 Crónica do MC07 Capitulo III

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ETAPA COMUM – 1ª Parte (Valence – Briançon)

Como de costume, levantar bem cedo, com a partida do primeiro às 8h00. O Alberto e o Diogo preferiram não seguir na “navette” que a organização punha à disposição para nos levar e trazer dos hotéis, salvo em St. Étienne e nas cidades de partida dos percursos de concentração. Chamaram um táxi, um pouco mais tarde, talvez porque a tarde/noite anterior tinha sido “dura”. Antes de fazermos a revisão dos níveis, limpeza dos vidros, etc., continuámos a tentar resolver um dilema que nos assaltava desde o final da etapa anterior: trocávamos ou não os pneus de trás para frente? A favor do sim estava o facto de os pneus da frente estarem em melhor estado que os detrás, enquanto que pelo não “jogava” o facto de termos menos confiança na resistência dos pregos enxertados, para além de os Gislaved terem maior aderência, nas mesmas circunstâncias que os Continental. Por tudo isto, deixámos as coisas como estavam. Estávamos em 21º lugar, a 102 pontos do 1º, apesar dos 152 pontos do segundo controlo de Lalouvesc, o que nos deixava confiantes para uma boa recuperação, desde que as condições climatéricas não se complicassem muito.

Entretanto, apanhamos mais um susto. Depois dos trabalhos de casa matinais e de termos ido ao nosso “expressozinho” da manhã que, como de costume, nos relembrava como o nosso café é bom, vem ao nosso encontro o Pascal Aimé dizendo-nos que andava à nossa procura porque tínhamos o pneu traseiro esquerdo completamente em baixo. Aí vamos disparados a correr até ao nosso “carrito” (é a forma carinhosa como a Marta o chama) e nada, todos os pneus cheios. Vamos ter com o Pascal e, entre uma risada, descobrimos que ele tinha confundido o nosso com outro 2002 azul e branco, apesar de este ter uma decoração “tradicional”. Este episódio teve um aspecto positivo: se ainda estávamos com sono, este passou-nos logo. Já agora, deixem-me fazer uma precisão sobre a equipa Stéphanie e Pascal Aimé. Apesar da forma como sempre se inscreveram é o Pascal que leva a “rodinha” e a Stéphanie. Julgo que será por reconhecer que o papel mais importante é o do navegador.

Lá partimos para mais uma ligação pelo caminho mais difícil, através de um col gelado com controlo de passagem, até St. Jean en Royans. Lembro que esta etapa tinha cerca de 372Kms., cinco ZR’s, três controlos horários, um de passagem e um de chegada. Primeira ZR, outra das clássicas do Monte, St. Jean en Royans – Vassieux en Vercors com 33,29Kms. Esta é uma daquelas provas de que não sou particularmente fã. Tem uma grande vantagem, que é saber-se que tem quase oito quilómetros que estão sempre (pelo menos até agora) nevados. O resto do troço, a apesar tem várias variantes possíveis para o final, não é, na minha opinião muito interessante. E a parte nevada (com mais ou menos gelo consoante os anos), a célebre estrada florestal (alcatroada) do Col de l’Écharasson, só no primeiro ano é que me saiu bem. Talvez que o mal não seja da estrada, mas sim da idade...

A facilidade da parte inicial e a transição para a neve, leva-me a cometer sempre o mesmo, chamemos-lhe assim, erro. Que é não me adiantar um bocadinho antes dessa transição, entroncamento em largo para estrada estreita que tem início com uma pequena sucessão de curvas rápidas, normalmente com gelo, e um gancho esquerda meio seco, meio nevado. Só na parte final desse gancho é que começa a neve de forma continuada. Pois bem, eu acredito todos os anos que os organizadores “desta vez vão ser malandros” e que vai/devia haver um controlo na entrada da florestal para apanharem os “chicos espertos” que se adiantam à grande e à francesa (aqui aplica-se bem o ditado). Só que “eles” teimam em não me fazer a vontade e colocaram o controlo cerca de 1,2Kms. depois do corte, como de costume, aliás. Entrar a horas, perder tempo logo no gelo da entrada e, principalmente na saída do gancho em que é preciso ir com calminha para não atolar, dá logo para, apesar do esforço, chegar atrasado à tomada de tempo. Vantagem para quem tem batedores ou para os que acreditam “nas boas intenções” da organização.

Para além disso, este ano só consegui pôr-me quase no tempo ideal lá mais para o final onde, tal como já tinha acontecido da última vez fizemos mais um pião. Só não me recordo bem se, desta vez, foi na mesma curva ou se foi uma duas ou três abaixo. De qualquer forma, são as duas muito parecidas. Este episódio lembrou-me o que se tinha passado na edição de 2004 onde saíamos com 30 segundos de intervalo e eu já tinha tido uma ligeira saída, esta de frente para o muro de neve. Sendo assim, naturalmente que quando estávamos a sair do pião vimos os espectadores a agitarem-se, fazendo sinais para o carro seguinte que estava a chegar. Arrancámos ainda à frente, com aquela vontade de não perder mais tempo mas também de não prejudicar o nosso adversário, até porque nesse ano as partidas eram dadas pela ordem de classificação, ao contrário deste ano em que o nosso número era o factor condicionante da partida durante todo o rali. E aí, meus amigos, confesso que nunca tinha visto um espectáculo daqueles: um enorme Mercedes 220S “fintail” preto (pesado, pouco potente, aliás o dono frisou-me depois que era só o modelo de carburadores com 110cv., com travões de tambor às quatro rodas), a varrer a estrada de um lado ao outro, sempre atravessado e seguro através de um volante enorme que voava de um lado para o outro, conduzido por um cavalheiro que vai sempre com o seu traje domingueiro, com laço e tudo. E eu com um olho no espelho e outro na estrada tentando fugir. Porque estávamos muito próximo da estrada seca consegui “safar-me”.

Tal como nesse ano, a chegada à estrada principal permitiu a recuperação rápida do atraso e, como os senhores organizadores não são tão “maus” como aqueles a que estamos habituados, só colocaram controles muito mais à frente. Deste modo, a ZR saldou-se por um 47º lugar, com 46 pontos por atraso aos 8,14Kms. e 9 por avanço (deve ter sido para me “vingar”) aos 31,16Kms. No final começámos a apercebermo-nos que, se continuassem a ser precisos, como até ali, os pneus de pregos iam ser um factor de primordial importância e que, por isso, estávamos mais ou menos tramados.

Mas como a melhor solução para um problema é não ter solução, pelo menos assim não há dúvidas, seguimos para mais uma ligação larga, com cerca de 50Kms. para a ZR seguinte, Les Nonières – Mens, 23,14Kms, onde, na primeira destas localidades, estavam uns simpáticos “gendarmes” com aqueles radares que fotografam de frente, que até nós cá em Portugal já proibimos, para numa grande recta apanharem os concorrentes. Felizmente que estavam uns espectadores a avisarem um bocadinho antes. Ainda assim, acho que fizeram colheita. O mesmo já se tinha passado na etapa anterior antes do controlo de St. Agrève.

Bom, eis-nos no final da povoação para iniciar o troço. Pelas estradas, parecia-nos, em sentido inverso, aquela que tínhamos feito em 2003 e que tão difícil tinha sido. Estamos a preparar a partida e um dos comissários (da classe, de que mesmo assim ainda há bastantes, dos verdadeiramente simpáticos, e que compensam os verdadeiramente antipáticos, também existentes em bom número e que se caracterizam por serem hierarquicamente mais importantes) vem-nos dizer que a seguir ao túnel, a descida estava cheia de neve gelada e perigosíssima. Bom, aqui já não tínhamos dúvidas, o Col de Menée era mesmo o nosso conhecido, mais do Plimouth Barracuda, Col de Menée!

Subida simples e nada complicada, tal como tinha sido a descida em 2003, e controlo bem visível aos 9,255Kms., onde passamos com 3 pontos por atraso, continuando para o topo a manter a média, com a intenção de aferirmos à placa se estava tudo a quadrar na medida em que esta ZR tinha muito poucas referências. Íamos bem, pelo que vai de continuar para o túnel, com uns 300 ou 400mts. e, à saída, só não foi grande surpresa, apenas surpresa, porque estávamos avisados. De uma estrada seca, com sol, passamos para um piso de neve gelada, com céu carregado e escuro. É difícil, num espaço tão pequeno, encontrar um contraste tão grande. Daqui para baixo foi o autêntico martírio. Cada vez que tentava ir mais depressa entornava-se o caldo todo. Ou era nas travagens, lá ia “ele” com vida própria, ou a escorregar nas curvas de forma descontrolada para aí a 20 à hora, ou a tentar acelerar e nada, só atravessar e mais nada. A isto juntava-se a estrada (estreita) aberta, como comprovou o nosso Amigo Gullermo Velasco quando apanhou com o carro de um fotógrafo. Acho incrível como alguém que devia perceber o que anda a fazer, vem em sentido contrário ao da prova. Esta foi a primeira visão, externa, dos perigos daquela prova, a que se seguiram mais uns exemplos, de que destaco um Kadet GTE que parecia enrolado debaixo de um aqueduto. E continuávamos a escorregar sem grande controlo. Passado pouco tempo do início desta descida meti na cabeça que queria chegar a casa com o carro e connosco direitinhos. E os tempos que se “lixassem”. E “lixaram” quando nos caíram 544 pontos aos 17,68Kms.(sim, meus Amigos, 54,4 segundos “apanhados” em 7,55Kms., ou 7,2 segundos ao quilómetro), o que se traduziu no 123º lugar da ZR e o trambolhão na geral para 44º, depois de termos subido ao 18º na prova anterior. Acrescida daquela sensação de que agora já não havia margem para recuperação, pelo menos para os lugares que tínhamos em mente. Apesar do que ouvíamos do resto dos concorrentes com quem íamos trocando informações nos fazer acreditar que a nossa “desgraça” não era solitária, isto ainda sem conhecermos os resultados oficiais.

Algumas conclusões sobre esta experiência. Em primeiro lugar e de novo, a necessidade de ter batedores. De facto, havia cerca de 1,2Kms. entre o controlo e a saída do túnel para ganhar tempo, ou seja naquela estrada a possibilidade realista de ganhar entre 30 e 40 segundos. E alguém o fez, bastará ver os tempos realizados por alguns dos melhores classificados nesta prova e outros que foram fazendo ao longo do rali, quando as condições eram difíceis e não havia espaço para ganhar tempo. Em segundo lugar, a necessidade de ter sempre pneus de pregos em condições nos momentos difíceis (quando são precisos). Isto quer dizer que é necessário ir com mais de quatro rodas com pregos (e que estes devem ser sempre da melhor qualidade disponível, nem que seja preciso ir ao Círculo Polar Árctico para os comprar) e que é necessário ou poupá-los pela condução ou ter as assistências muito preparadas para os irem trocando por pneus de neve quando não são necessários. Em terceiro lugar, com estas condições a escolha de média baixa pode ser uma solução. Só que essa será uma opção que muito dificilmente alguma vez tomarei, até porque essa escolha é obrigatória para todo o rali. Como última conclusão, lembrarmo-nos que tudo isto é muito bonito, mas que o medo e o bom senso podem e, principalmente, devem estar sempre presentes nestas alturas.

Final da ZR e passagem para o controlo horário em que havia muito tempo para respirar, beber um vinho quente ou um café (aqui soube muito bem), comer a sandocha da ordem, tudo no bar ao ar livre que os habitantes tinham montado para fazer uns “aéreozitos”.

Seguimos para a ZR seguinte, St. Michel les Portes – Col des Deux St. Guillaume, com 2647Kms., ainda com a moral um bocado em baixo. Troço interessante, mas sem nada de especial, a não ser o grande número de cruzamentos, de qualquer forma relativamente simples, indo de col para col, sem grandes subidas e descidas como é habitual. Depois de termos ido em direcção a sul, estávamos agora a ir para Nor-nordeste, ainda no Vercors, para nos dirigirmos aos Altos Alpes. Os controlos estavam concentrados para o final, aos 16,07Kms, na descida a seguir ao Col des Deux, onde passámos com 4 pontos por atraso e aos 22,79Kms., 600mts. depois de um cruzamento em gancho apertado, e onde as nossas medidas de referência tinham uma diferença de 40mts. (entre aquilo que era o “padrão” espanhol e o medido pelo nosso Amigo Toro). E foi com essa diferença que apanhámos 37 pontos. Como a prova não era difícil, os 41 pontos enviaram-nos para o 64º lugar da ZR.

Nova ligação larga, de cerca de 70Kms. já a caminho dos Altos Alpes, numa paisagem muito bonita e com uma estrada interessante, daquele género que não deixa adormecer. A última ZR “competitiva” do dia, Les Rambeaux – La Paute, com 20,82Kms., também não me deixou grandes recordações o que deve querer dizer que não era muito difícil. A principal recordação tem a ver com uma série de lombas que era preciso abordar com cuidado para não levantarmos voo ou deixarmos alguma roda para trás. Já estávamos mais “animadinhos” e os controlos, aos Kms.6,77 e 14,52, passaram-se muito bem com 3 e 5 pontos, respectivamente, e com o 5º lugar em situação de empate com mais três concorrentes.

Daí seguimos para Serre Chevalier por uma estrada já bem dentro dos Alpes. Para quem se lembra do que era esta zona há apenas alguns anos, a falta de neve é confrangedora, do ponto de vista do espectáculo, e preocupante do ponto de vista climático, ambiental e da sustentabilidade da vida no nosso planeta. Se a Humanidade não reflecte e age sobre estes problemas, isto não vai estar bom para os nossos netos. Passando às coisas alegres, chegámos ao circuito de gelo de Serre Chevalier onde, como era de esperar pelas longas ligações, tivemos que esperar um bom bocado pelo controlo horário. Isso, permitiu ir ver os primeiros números a fazerem a prova, e onde constatámos que o “pessoal” se estava a divertir, com mais ou menos jeito, e às vezes, não muitas, com umas disputas de travagem e ultrapassagens que parecia mais o Troféu Andros que outra coisa. Como já fizemos bastantes conhecimentos entre os concorrentes, sempre que há alguma movimentação estranha, daquelas tipo técnico, lá vamos “cheirar”. O nº 65, Hervé Migéo, que já fez várias boas classificações, entre elas um 5º à geral (este ano acabou em 9º depois de um último troço muito bom, mas lá iremos) estava parado ao nosso lado e de manómetro na mão. Lá me pus a “cuscar” e começo a ver que estava a tirar ar em grande. Vai de perguntar qual era pressão que ia utilizar. Vai daí diz-me ele que 1Kg (14) o que, perante a minha cara de espanto, me disse ser o ideal e que ele tinha experiência por já ali ter corrido em provas com e sem pregos. Lá aprendi que a pressão que nós trazíamos para estrada já era um bocadinho alta (32 em vez de uns 26 a 28) e então que para pista “sur glace” era um exagero. Como não tínhamos compressor para meter ar depois da prova e não estávamos a ver nenhuma bomba de gasolina por perto e, para além do mais, boa ou má pressão lá nos vamos safando, depois de muito pensar e após decisão do “colectivo”, deixámos tudo como estava e toca a andar para o controlo e daí para a pista.

Confesso, diverti-me e a Marta, mesmo com alguns pequenos sons a indicar a aproximação demasiado rápida às paredes de neve, também. Uma das coisas que tinha metido na cabeça era que não queria fazer nenhum pião. O que consegui, e apenas uma vez estivemos com a traseira à frente da dianteira, mas apenas resultou em perda de tempo, não em pião. Havia dois sítios nas rectas maiores que ia de primeira a esgotar à saída da curva anterior, segunda e terceira sempre a patinar (isto a partir da segunda das três voltas que tínhamos que fazer que a primeira foi a apalpar terreno) e travagem em pêndulo com o carro várias vezes a 90º e muito próximo das paredes. Posso dizer que é liiiindo! No meio daquelas habilidades e com os pregos na últimas e com muita pressão (ao que parece) é evidente que algumas das travagens ficaram um pouca longas e fomos começar as curvas um bocadinho fora da trajectória na neve mole. Também porque três das curvas são muito apertadas (“cabem” na de topo, ou seja, com a largura desta que é à direita, temos duas outras direitas e uma esquerda) e as outras só servem para desequilibrar o carro nas travagens destas apertadas o tempo não foi fantástico, 38º, a que correspondeu (médias alta e baixa confundidas) o 49º lugar entre os que deram as voltas previstas, o que não aconteceu a 39 concorrentes, entre os quais o Hervé Migéo e os nossos companheiros espanhóis. Mas o divertimento e o espectáculo (pelo número de pessoas que nos vieram dar os parabéns, de organizadores e concorrentes a jornalistas) ficaram assegurados.

Acabada a aventura, seguimos para Briançon, onde ficámos num hotel, de Paris tal como o que tínhamos atribuído no Mónaco, que foi do pior que já nos caiu na rifa. Algumas destas terras não têm oferta hoteleira, com qualidade minimamente aceitável, para toda esta caravana. E, este ano, em Briançon acabam lá etapas das Voltas a França e a Itália em ciclismo. É verdade que a 14Kms. existem também estâncias com bons hotéis do lado de Itália. Mas o que nos interessa é o que nos “tocou”, já que aqui as dormidas eram geridas pelo organismo do Turismo, e esse era muito mau e, pior, gerido por um pessoal que, além de estranho, achava que íamos ali deixar um belo contributo para o resto do anos. Tenho a sensação que isto é uma atitude comum a todos os sítios em que estivemos, mas estes exageraram. Se eles tivessem lá uma ASAE, devia “dar-se” mal com estas situações. Aqui vão alguns exemplos. O Hotel de St. Étienne era um três estrelas manhoso, que tinha reservado os quartos a 80€ cada, com pequeno-almoço. Depois de termos saído, telefonaram ao Alberto, que os tinha marcado, a dizerem que afinal eram 120€. Penso que irão esperar sentados, por causa das varizes, mas o que é certo é que o fizeram. Em Valence pagámos 106€ por outro três estrelas, este um pouco melhor, mas nada de especial e com o defeito de o ar condicionado ser barulhento. Também no de St, Étienne estávamos tão cansados que nem reparávamos se o fosse. Mas não, aó o quarto estava quente e sem barulho, para além de uma bela vista para o campo cheio de neve ao lado da janela. Aqui em Briançon, tivemos direito a um dois estrelas, com o quarto sujo, a casa de banho, acrescentada, uma miséria, etc. Julgo que devem estar a ver o filme. Se é que ainda há alguém com paciência para ler isto!

Pois bem, a dona que poderia ter sido guarda de um campo de concentração ou “patroa” de uma casa de “meninas” e o dono, mais simpático, mas que andava de calções de banho a servir, levaram a módica quantia de 96€ por quarto, apesar do guia, daqueles que sempre dão quando a gente chega às cidades, dizer que o quarto era entre 30€ e 40€. Mais espantoso é o facto de quem cobra os quartos, directamente, é quem os marca, ou seja o turismo lá do sítio. Portanto, roubo organizado oficial. Comento isto, só para não estarmos sempre a dizer mal de nós. Claro que o “petit café expresso” custava 2,4€!!! E esse era cobrado ao balcão, tal como as refeições, a 27,5€ por cabeça. Mas este até já eu considero, com estes termos de comparação, um valor mais aceitável.

Depois deste dia intenso e dado o enquadramento hoteleiro fomos deitar cedo, até porque o dia seguinte ia ser muito longo.

Com os resultados obtidos nas duas últimas provas lá tínhamos melhorado um bocadinho, subindo para o 41º lugar. A primeira preocupação foi saber quantos concorrentes estavam 100 pontos à nossa frente, já que esse era o nosso objectivo de recuperação. Ainda não sabíamos o que nos esperava na última ZR!

 


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